(Este texto é parte de um artigo aprovado no 8º ENNOEPE, escrito pelo autores do blog)
O sexo e sexualidade são inerentes ao ser humano, relacionados diretamente à vida e à saúde, do nascimento até a morte, englobam as relações de gênero, o respeito a si mesmo e ao outro. As discussões sobre sexualidade vêm sendo um desafio que permeia a prática pedagógica dos docentes das diferentes áreas e níveis. A educação infantil pré-escolar não foge à regra. Atendendo crianças de até 05 anos na Educação Infantil, a escola deve, juntamente com a família, cuidar e zelar para o bem estar das crianças em estabelecimentos públicos ou privados. Sendo assim a sexualidade deve ser abordada em um primeiro momento pela família, que transmite seus valores culturais, sociais, religiosos e éticos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1996), afirmam que,
A sexualidade infantil se desenvolve desde os primeiros dias de vida e segue se manifestando de forma diferente em cada momento da infância. A sua vivência saudável é fundamental na medida em que é um dos aspectos essenciais de desenvolvimento global dos seres humanos. (BRASIL, 1996, P.117).
Nunes (1987, p.30) afirma que desde o nascimento a sexualidade está presente na vida do ser humano. É na família que a sexualidade primeiramente é educada. Contudo, o que se observa e se ouve das famílias é que a mesma tem dificuldade em tratar o tema com as crianças, uma vez que a mídia também influencia nesta discussão. Assim, falar de sexo também envolve uma questão histórico-cultural e social.
Neste sentido, Nunes (1997, p. 15) afirma que,
Pois falar em sexualidade implica retomar alguns recursos metodológicos: A história, a antropologia, a moral e a evolução social. Não se fala da sexualidade de maneira fragmentada, dividida, estanque. As relações sexuais são relações sociais, construídas historicamente em determinadas estrutura, modelos e valores que dizem respeito a determinados interesses de épocas diferentes. Esse relativismo não pode ser irresponsável. Ele nos permite perceber a construção social da sexualidade sem contudo fazê-lo de modo destrutivo ou imaturo.
De acordo com Oliveira (2000, p.1 ),
Quando se pensa em educação sexual na infância, automaticamente tem que se pensar, também, em desenvolvimento emocional, isto é, tem que se levar em conta o nível de maturidade e as necessidades emocionais da criança. É importante que as questões da criança tenham espaço para serem colocadas e respondidas com clareza, simplicidade, na medida em que esta curiosidade vai se dando.
Outro aspecto que deve ser considerado também são as informações que as crianças recebem através da mídia, uma vez que, seja ela televisiva, escrita ou falada, apresenta a sexualidade como forma de consumo, de poder e de prazer. Característica do contexto atual, no qual estamos inseridos.
Referencias:
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1996.
FUCS, Gilda Bacal. A Educação Sexual na Idade Adulta e na Velhice. IN: RIBEIRO, Marcos (org), ALMEIDA, Delfina (e. al) Educação Sexual: novas idéias, novas conquistas. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos. 1993.
NUNES, César: Desvendando a sexualidade. Campinas: Papirus, 1997.
OLIVEIRA, Nina Eiras Dias de. Sexualidade infantil.
[Vídeo disponível no YOUTUBE]